Bom dia! Hoje é 19 de maio, segunda-feira. Você está lendo a edição de n.º 8 da Dose de Publicidade. A semana passada foi um exemplo clássico de como a internet pode ser emocionalmente exaustiva. Muita gente quer mudança, mas pouca gente quer responsabilidade. E uma coisa não existe sem a outra.
Na edição de hoje:
📱 TikTok amplia iniciativas em prol da saúde mental
👩🍼 Quando o ruído é maior que a realidade
🍿 HBO Go, HBO Max, Max e HBO Max
TECNOLOGIA
TikTok amplia iniciativas em prol da saúde mental
O TikTok, rede social com o Brasil como um de seus maiores mercados, anunciou a expansão da iniciativa voltada à saúde mental e ao bem-estar. A proposta é auxiliar os usuários a manterem uma mente mais equilibrada, com meditações guiadas diretamente no aplicativo e suporte para serviços externos de saúde mental.
A funcionalidade de meditação guiada traz animações na tela com instruções para regular a respiração e acalmar a mente. Essa novidade foi integrada aos alertas de sono do TikTok. Ou seja, se você estiver navegando na plataforma de vídeos curtos após às 22h, seu feed “Para você” poderá ser interrompido por um exercício de meditação. Segundo a empresa, 98% dos usuários que testaram a função escolheram mantê-la ativada — destacando o impacto dessa ferramenta.
Além disso, o TikTok lançou uma série especial que mostra a meditação em ação durante a noite, com participação da psiquiatra infantil Dr. Willough Jenkins. A empresa também destinou U$ 2,3 milhões (cerca de R$ 13 milhões) em créditos de anúncios para 31 organizações de saúde mental em 22 países, um esforço que faz parte da expansão do Fundo de Educação em Saúde Mental do TikTok.

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Esse movimento é estratégico e necessário. Afinal, o público principal da rede, majoritariamente mais jovem, precisa compreender como o uso descontrolado do aplicativo pode influenciar no seu estado emocional.
🧠 Estudos como o publicado na revista científica NeuroImage mostram que áreas do cérebro ligadas ao sistema de recompensa são ativadas quando deslizamos o feed, gerando uma rápida sensação de prazer. Vale ressaltar que sim, aqui estamos nos referindo à famosa dopamina.
Clique aqui para entender melhor sobre como o TikTok e outras redes sociais estimulam o prazer imediato.
TENDÊNCIAS
Quando o ruído é maior que a realidade
Bebês reborn. Em uma semana já lotada de assuntos circulando na internet, surgiu mais uma pauta que rapidamente virou combustível para os “especialistas” de ocasião. Mas antes de entrar no debate, vale entender: o que é um bebê reborn?
❓ Bebês reborn são bonecas hiper-realistas, feitas à mão por artistas que usam técnicas minuciosas de pintura e escultura para criar o aspecto mais próximo de um recém-nascido.
Nos últimos dias, vídeos publicados no TikTok, YouTube e Instagram mostraram adultos tratando esses bonecos como se fossem crianças “de verdade”, agendando consultas médicas, dando mamadeira, trocando fraldas, levando à escola, e até tentando usar assentos e filas preferenciais. Bastou isso para pautar a internet: de um lado, quem questiona a sanidade dos envolvidos; do outro, críticas ao viés machista presente nas acusações.
A repercussão chegou ao ápice de inspirar um projeto de lei, protocolado na Câmara dos Deputados na última quinta-feira (15). A proposta prevê multa de até 20 salários mínimos para quem tentar obter benefícios legais (como atendimento prioritário) utilizando um bebê reborn. Se aprovado, o texto segue para o Senado e, depois, para a sanção ou veto presidencial.
Mas aí vem o ponto-chave: a comoção é bem maior que a realidade. A hashtag #rebornbaby já acumula mais de 843 mil postagens, com uma média de 10 novos conteúdos por hora. Só que a maioria desses vídeos são de usuários comuns engajando com a polêmica, e não de “pais” tratando bonecos como filhos.
🔍 Quem realmente compra essas bonecas? O perfil dominante são colecionadoras adultas, mulheres entre 30 e 60 anos. Em seguida, vêm compradores que dão de presente para crianças, uso terapêuticos (como apoio a idosos ou pessoas com tramas), passatempos masculinos e jovens, além de instituições como escolas de enfermagem ou produtoras de cinema.
Lembra do projeto de lei que mencionamos acima e causou alvoroço nas redes? Pois é, o número de casos reais reportados pelo Ministério da Saúde envolvendo atendimentos no SUS para bebês reborn é zero. E a maioria daqueles vídeos eram feitos por pessoas entrando no assunto para engajar, sem nenhuma conexão com a realidade daqueles usuários. Em Minas, São Paulo, Rio e outros estados, a pauta nasce do ruído, não de dados concretos.
“Em outras palavras, temos legislação sendo escrita para um problema que, nos dados, simplesmente não existe.”
Renato Dolci, cientista político e colunista da InfoMoney
Como mostra o Google Trends, enquanto o interesse de busca sobre o tema aumentou, o número de pessoas realmente interessadas em comprar um bebê reborn segue estável.
No mercado de brinquedos, bonecas mais tradicionais como Barbie, Baby Alive e Polly Pocket ainda dominam as vendas, com preços entre R$ 50 e R$ 300. Já os reborn, produzidos artesanalmente, custam a partir de R$ 500 e podem ultrapassar os R$ 12 mil, um item claramente mais nichado.
“Quanto mais nos obcecamos por métricas e histórias fantásticas, mais surdos estamos. Pior: criando uma realidade que só existe em nossos preconceitos.”
Renato Dolci, cientista político e colunista da InfoMoney
No fim das contas, os dados estão aí. O que falta, muitas vezes, é entendermos a pergunta certa para uma situação que não existe como dimensionada.
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HBO Go, HBO Max, Max e HBO Max
Tira casaco, bota casaco. A Warner Bros. decidiu ressuscitar o nome HBO Max para sua plataforma de streaming. Vamos relembrar o vai e vem: começou com o HBO Go, que durou até 2020; depois veio o HBO Max, que seguiu até 2023; então surgiu o Max, e agora, em 2025, estamos oficialmente de volta ao bom e velho (nem tão velho assim) HBO Max.
De acordo com um comunicado da empresa, a troca do nome em 2023 não entregou os resultados esperados. A ideia da época era distanciar o serviço de streaming do canal HBO, tentando dar mais independência à plataforma. Mas, com o tempo, essa separação deixou de fazer sentido, principalmente porque os lançamentos continuaram sendo fortemente associados à HBO.
Agora, a Warner admite: o peso da marca HBO é valioso demais para ficar de fora. O novo reposicionamento busca justamente reforçar atributos como qualidade, prestígio e originalidade, marcas registradas da HBO. Séries como The Last of Us, Succession e Euphoria mostraram que o selo HBO ainda carrega autoridade. Apesar de não estar no nome, muitos usuários continuaram não associando esses sucessos ao Max e se referiram à HBO.
📌 Para entender melhor: Quando a Netflix lança algo de impacto, o crédito é imediato. E a Apple TV vem ganhando terreno exatamente por meio desse reconhecimento. Produções recentes como Ruptura e Entre Montanhas ajudaram a posicionar a Apple como produtora de conteúdo relevante — muita gente não tinha conhecimento de que a empresa tinha um serviço de streaming.
No caso da HBO Max, o catálogo permanece intacto. O que muda é o nome, a identidade visual e como a marca vai se comunicar. A Warner também prometeu melhorias na interface e na experiência do usuário.
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